Você já ouviu falar em Etnobotânica?
Oi biologuínhos, tudo bem?! No post de hoje falaremos sobre um assunto muito incrível e que raramente vejo alguém abordar: a Etnobotânica. Como o nome sugere, essa área é uma dentre as diversas que a Botânica possui, e o prefixo "Etno" nos da a ideia de "povo", logo temos que a Etnobotânica é responsável por estudar a relação dos diferentes povos com as plantas ao longo do tempo.
Nós não lemos ou escutamos muito sobre o assunto pois, por mais que na prática seja uma área antiga, na teoria, isto é, em cursos e em conhecimentos formais, os estudos são bem recentes. É uma área multidisciplinar, isto é, conta com a contribuição de muitas outras áreas de estudo, tal como a Ecologia, Agronomia, História, Farmacologia, Bioquímica, Toxicologia, Sociologia, Medicina, Evolução, Nutrição, entre outras.
Tendo em vista a enorme biodiversidade do Brasil e a diversidade de culturas presente em nosso país, temos diversas relações com as plantas que são estabelecidas de acordo com costumes (passados de geração para geração) ou até em cultos religiosos. As abordagens de estudos Etnobotânicos podem ser cognitivistas, para compreender como as diferentes culturas conhecem as plantas da paisagem em que vivem, ou utilitaristas, em que o foco do estudo passa a ser o modo que as pessoas usam os recursos vegetais.
Compreender como cada cultura utiliza determinadas espécies vegetais é de extrema importância e, muitas vezes, tais conhecimentos populares são o ponto inicial de muitas pesquisas que podem tornar formal o conhecimento medicinal ou nutricional de uma planta. Além disso, esse conhecimento precisa ser incentivado e formalizado, já que a nova geração pouco se interessa por tais conhecimentos que são transmitidos de pais para filhos.
O estudo da Etnobotânica é essencial para que, cada vez mais, nossa flora seja conhecida, utilizada de forma consciente.