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Respostas vegetais ao déficit hídrico • Zoologia X Botânica

Atualizado: 14 de jul. de 2020

Oi biologuínhos, tudo bem?! Aqui é a Isa e, como de costume, estou de volta para falar sobre as plantinhas com vocês (já que é meu assunto favorito!). Nosso tema de hoje é extremamente interessante, tanto para animais, quanto para vegetais, tendo em vista que o déficit hídrico, isto é, a falta de água é de extrema preocupação para ambos reinos. A água é essencial e hoje vamos ver como as plantas se adaptam à falta de água, ou melhor, como elas se adaptam para segurar a pouca água que está disponível para elas.


A primeira coisa que temos para falar sobre as plantas é que, aquelas que são cultivadas em condições adequadas, quando sofrem o impacto da falta de água, não respondem tão bem quanto aquelas que já são adaptadas à essas condições do ambiente, por exemplo, as plantas da caatinga. A caatinga é um ecossistema brasileiro que é conhecido por ser muito seco e ter chuva concentrada apenas em um período do ano. Por essas características ambientais, temos plantas extremamente adaptadas (cujas adaptações falaremos logo menos). Então é só pensar: quando temos uma brusca mudança, por exemplo, você está super acostumado à tomar 2 litros de água por dia e, do nada, começa a beber somente 1 copo de 250 mil por dia você vai estranhar, certo?! Provavelmente você tentará buscar mais água de alguma forma para poder ficar satisfeito e para que as funções do seu corpo funcione como o esperado, e é exatamente ísso que as plantas fazem! Como elas não podem levantar e ir buscar a água, elas desenvolver adaptações para conseguir ter mais acesso à ela.


Para nossas queridas plantinhas, quando há um déficit hídrico as respostas fisiológicas geralmente visam a conservação da água do solo, como uma economia para futuramente terem esse recurso. Temos que ter em mente também que a redução da água afeta diretamente a divisão celular.


Quando o solo se torna mais seco, pela falta de chuvas por exemplo, se torna mais difícil que as plantas absorvam a água (por motivos óbvios né, se chove menos temos menos água disponível no solo para os vegetais). Mas antes de continuarmos o post, lembrei de destacar algo muito importante para vocês: não podemos pensar que toda a regulação hídrica da planta se baseia no solo, a relação é basicamente solo-planta-atmosfera.


Uma das adaptações que podemos citar é a limitação do aumento da área foliar (da folha em si, sabe?!): quando as plantas não tem uma boa disponibilidade de água, a tendência é que as folhas cresçam menos. Além disso, segundo Taiz e Zeiger (autores da “bíblia” de Fisiologia Vegetal, referência no mundo todo) outras adaptações que a planta pode apresentar é o fechamento dos estômatos, a aceleração da senescência e a abscisão das folhas. Nomes difíceis, né?! Mas vocês jajá vão entender tudinho!


Bom, vamos começar com fechamento dos estômatos. Estômato é um anexo epidérmico responsável pelas trocas gasosas por meio de sua abertura e fechamento. A relação é bem simples: se há uma grande concentração de água no interior das células-guarda (que constituem o estômato), elas ficam túrgidas (gordinhas) e se afastam (já que precisam de mais espaço) e promovem a abertura do estômato que, nesse momento, realiza trocas gasosas. Porém, se a planta está sofrendo um déficit hídrico ela não tem esse afastamento das células-guarda (já que elas estarão vazias) e a planta não abrirá o estômato para trocas gasosas. Mas, mais uma vez, temos que destacar uma coisinha: o estômato, para abrir, precisa não só da água nas células-guarda, como também da concentração de água no ambiente e da luz. Essas condições precisam ser adequadas para que o processo de abertura aconteça.

Agora vamos falar sobre aceleração da senescência, isto é, aceleração do envelhecimento da planta. Isso ocorre graças ao estresse que a planta sofre. Sim, a planta fica estressada! Mas obviamente não como você, ela não sai gritando ou chorando por aí. Estamos falando de um estresse fisiológico que promove alterações nas células desses vegetais, acelerando o envelhecimento.

Senescência foliar

Por fim, vamos falar um pouco sobre abscisão das folhas, também conhecida como queda das folhas. Agora a gente pode retomar o ponto da caatinga que falamos anteriormente: geralmente quando caracterizamos as plantas desse ecossistema dizemos que elas são “decíduas”, mais um termo para guardar né?! Plantas decíduas são aquelas que perdem as folhas em determinada época do ano, podendo ser possivelmente causada por déficit hídrico.

Plantas decíduas

Bom, por hoje ficamos por aqui maaaaaas não se esqueçam que na segunda semana de maio voltaremos com mais um post de Zoologia X Botânica para vocês! E por favor, não se esqueçam de conferir o post INCRÍVEL da Barbara sobre as adaptações dos animais <3 Até maisss


Isabella Aparecida Fonseca Bertoleti Estudante de Ciências Biológicas (Licenciatura) Colunista de Botânica (ZOOLOGIA X BOTÂNICA) Referências:

SANTOS, Reginaldo Ferreira; CARLESSO, Reimar. DÉFICIT HÍDRICO E OS PROCESSOS MORFOLÓGICO E FISIOLÓGICO DAS PLANTAS. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, Campina Grande, v. 2, n. 3, p. 287-294, jan. 1998. Disponível em: http://www.agriambi.com.br/revista/v2n3/287.pdf. Acesso em: 27 abr. 2020.


Taiz, L.; Zeiger, E. Fisiologia vegetal. 5. ed., Artmed, 2013. 918 p.

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