Atualizado: 14 de jul. de 2020
Oi biologuínhos, estão gostando da nossa nova coluna do blog?! Acompanhamos o número de visualizações no dia de nosso primeiro post e ficamos extremamente felizes com o resultado! Como prometido, traremos posts por aqui na segunda e última semana de cada mês, sendo publicado sempre na terça-feira às 10h e às 12h, esperamos vocês por aqui!
Como no primeiro post falamos sobre características primitivas (que vocês podem relembrar clicando aqui!) hoje chegou finalmente o dia de conhecer melhor ambos os Reinos Animal e Vegetal, lembrando que sempre vocês verão aspectos botânicos comigo (Isa – criadora do blog) e aspectos zoológicos com a Barbara- vocês podem ler o post dela clicando aqui (sério, é incrível e vale muito a pena!).
Bom, deixando toda essa – enorme – apresentação para lá, vamos finalmente falar sobre o Reino Vegetal, que também é conhecido/chamado como Reino Plantae.
Sendo composto por seres pluricelulares, isto é, organismos compostos por muitas células, sendo elas eucarióticas, ou seja, células com núcleo que promove a proteção do material genético contido na célula. Ah, aproveitando que tocamos no assunto célula, temos outro aspecto muito interessante do Reino: todas, mas todas as células mesmo, apresentam parede celular de celulose (um carboidrato bem específico de plantas) e organelas extremamente características, como os plastos (sendo o mais conhecido: cloroplasto) e os vacúolos (que podem fazer reserva de água, por exemplo).
Outra característica que não poderíamos deixar de falar (e que aposto que é uma das primeiras que você pensa quando fala de plantas) é a fotossíntese: sim, as plantas são organismos autótrofos, ou seja, são capazes de produzir seu próprio alimento utilizando a luz para sintetizar a reação (que inclusive ocorre no cloroplasto)– vamos dizer que as plantas são autossuficientes e por esse motivo foram os primeiros seres que colonizaram o planeta Terra e que possibilitam que a vida no planeta seja mantida.
Agora que já conhecemos as características básicas do Reino Vegetal (que particularmente, é o meu favorito!) chegou a hora de realmente entrarmos nele, ou seja, nossa próxima classificação a ser falada são os filos e, em seguida, as classes. Na Botânica, os filos são frequentemente chamados de “divisões”. Esses filos ou divisões podem ser agrupados de acordo com suas características, por exemplo, Bryophyta (musgos) + Anthocerophyta (antóceros) + Hepatophyta (hepáticas) configuram o grupo de plantas que conhecemos como avasculares, isto é, não apresentam vasos condutores de seiva (xilema e floema). Talvez você já tenha estudado as Briófitas na escola e é essencialmente delas que estamos falando.
Bom, agora que já conhecemos as plantas avasculares, precisamos conhecer as vasculares que comumente são chamadas de traqueófitas. Esse grupo de traqueófitas é subdividido entre as plantas que apresentam semente e as que não apresentam, iniciaremos nossa conversa a partir daquelas que não apresentam semente, ok?!
As divisões Pterophyta (samambaias e avencas) + Lycophyta (licopódios e selaginelas) + Sphenophyta (cavalinha) + Psilophyta (psilotáceas) configuram as plantas que apresentam vasos condutores de seiva, ou seja, são vasculares e não apresentam sementes. O nome Pterophyta é bem familiar, certo?! Na escola costumamos estudar como “grupo vascular sem semente” as Pteridófitas, tendo como principal representante (por ser mais conhecido) as samambaias.
Nosso próximo passo é conhecer as plantas que são vasculares e apresentam sementes (lembrando que semente é o óvulo maduro – isto é – já fecundado), sendo elas as famosas Gimnospermas e Angiospermas extremamente estudadas por nós. É necessário nesse momento relembrar o que diferencia as Angiospermas de todos os outros grupos: até então, estávamos estudando plantas consideradas criptógamas (= plantas que não apresentam estrutura reprodutora bem visível) e, quando falamos das Angiospermas, estamos com outra realidade – elas são consideradas fanerógamas, já que apresentam flor (=estrutura reprodutiva) e ela é bem visível. Então, em resumo, as Angiospermas reúnem todos os aspectos que já citamos anteriormente e ainda acrescenta algumas novidades: vasos condutores presentes (logo, são vasculares), apresentam semente, fruto e flor.
As Gimnospermas são representadas pelos filos Coniferophyta (pinheiros e ciprestes) + Cycadophyta (cicas) + Gnetophyta (gnetáceas) + Ginkgophyta (gincobilobas), e novamente falando, são plantas vasculares, que apresentam sementes e são criptógamas.
Já as Angiospermas são representadas, seguindo o sistema de classificação mais recente, o de Cronquist, pela divisão Magnoliophytes, formado por plantas vasculares, que apresentam sementes, são traqueófitas com presença de flor e fruto. Essa divisão se divide em 2 classes muito conhecidas por nós: Liliopsida (monocotiledôneas) e Magnoliopsida (dicotiledôneas). A Classe Liliopsida, das monocotiledôneas (nome que nos informa a presença de apenas 1 cotilédone no interior das sementes, sendo o cotilédone a primeira folha do embrião, podendo de comportar como órgãos de reserva, fotossintetizante ou absorve nutrientes (mais comum de ocorrer, absorve os nutrientes contidos no endosperma da semente)). Em nosso dia a dia conhecemos diversas plantas pertencentes à essa classe, como orquídeas, grama e até mesmo alimentos presentes em nosso cotidiano como arroz e trigo, mas qual será o padrão (além da presença de apenas 1 cotilédone) que encontramos nessas plantas para estarem presentes no mesmo grupo?
As monocotiledôneas apresentam folhas uninérveas (apenas 1 nervura longitudinas central ou estriadas – quando temos uma do lado da outra como nas gramas). A raiz dessas plantas é denominada como fasciculada: várias raízes com, aproximadamente, o mesmo tamanho que são originadas da base do caule, sendo classificadas como raízes adventícias. As flores são, essencialmente, trímeras (estames, pétalas, compostas por números múltiplos de 3) e os grãos de pólen são monossulcados (apresentam uma única abertura).

Já as plantas pertencentes à Classe Magnoliopsida, as dicotiledôneas (que recebem esse nome por apresentarem 2 ou mais cotilédones na semente) têm como características folhas reticuladas (uma nervura principal da qual saem nervuras secundárias), raízes pivotantes (apresenta uma raiz principal, da qual partem raízes laterais que, por sua vez, também podem se ramificar), peças florais pentâmeras (estames, pétalas, comportas por números múltiplos de 5) e os grãos de pólen triperturados.

Incrível né?! A Botânica é muito mais do que apenas nomes complexos, todo o entendimento por trás dessas nomenclaturas torna essa área a minha favorita! Não se esqueçam de passar no post de Zoologia para também conferir como ocorre a classificação dos animais e observar as semelhanças e diferenças entre as áreas! Nos vemos agora na segunda semana de fevereiro, esperamos vocês!
Isabella Aparecida Fonseca Bertoleti
Estudante de Ciências Biológicas (Licenciatura)
Colunista de Botânica (ZOOLOGIA X BOTÂNICA)
FONTES UTILIZADAS
Portal Educação – Divisões do Reino Plantae
Toda Biologia – Dicotiledôneas
Raven, P.H. Evert, R.F., Eichhorn, S.E. Biologia vegetal. 7 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011. xxii, 830 p. ISBN 852771229-3.
Universidade de São Paulo: Instituto de Física de São Carlos – Licenciatura em Ciências Exatas – Introdução à Biologia Vegetal. São Carlos, 2001.