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Digestão X Fotossíntese • Zoologia X Botânica

Oi biologuínhos, tudo certo por aí?! A segunda semana do mês chegou e, com ela, nosso post da coluna Zoologia X Botânica veio junto! Dessa vez falaremos sobre dois processos que não costumam ser relacionados em nossas aulas da escola ou faculdade, mas quem nunca ouviu aquela pessoa que não come muito falar “Eu preferia fazer fotossíntese do que ter que parar para comer!”?! Você já parou para pensar que ela indiretamente está relacionando o processo digestivo que realizamos ao nos alimentarmos com um processo que ocorre nas plantas?!


O que costumamos a ver na escola ou, até mesmo, na faculdade é que a principal diferença entre o Reino Animal e o Reino Vegetal é sua forma de nutrição: enquanto os animais são heterótrofos, os vegetais são autótrofos. Começando pela explicação de autótrofos, temos que os vegetais são capazes de produzir seu próprio alimento por meio de reações químicas que estabelecem o processo de fotossíntese, enquanto que o animal, que é heterótrofo, se alimenta, geralmente, dos produtos provenientes das plantas, isto é, não conseguem produzir seu próprio alimento e assim, utilizam de outros seres que fazem isso.

Já que o nome sagrado da fotossíntese já foi citado, vamos aproveitar e já entender esse processo (muito temido, principalmente, por estudantes do curso de Ciências Biológicas ao passar pela disciplina de Fisiologia Vegetal). Se tivéssemos que definir o processo de fotossíntese em poucas palavras, utilizando inclusive do significado da mesma (foto=luz/síntese=produção), temos que é a síntese do açúcar a partir de dióxido de carbono (CO2) e energia. Parece complicado, né? Mas não se preocupe: aqui não procuraremos focar em termos complexos, fases do processo, nome de moléculas, e sim no entendimento geral do mesmo e sua importância, não somente para as plantas, mas para a cadeia alimentar como um todo.


A fotossíntese, como citado anteriormente, é um processo realizado pelas plantas e ausente nos animais, dependendo do pigmento denominado clorofila, presente no interior dos cloroplastos. Ao interagir com a energia solar, a molécula de clorofila é alterada sob alguns aspectos e desencadeia uma sequência de reações que se iniciam transferindo elétrons e finalizam com o Ciclo de Calvin, o processo que está incluso na fotossíntese e que realmente promove a produção do carboidrato em questão.


Mas as plantas usam esse carboidrato ou só reservam para os próximos níveis tróficos se alimentares? Elas utilizam, e muito! Grande parte da respiração celular das plantas tem como substrato o próprio açúcar que produziram na fotossíntese. Dentre os milhares de pontos positivos (e aspectos incríveis) desse processo, temos que, por meio dele, as plantas realizam o sequestro de dióxido de carbono que é um dos Gases do Efeito Estufa (GEE) e liberam oxigênio, sendo o principal processo para o estabelecimento da atmosfera como conhecemos hoje em dia e, consequentemente, a manutenção de vida no planeta. Além disso, produzem carboidratos que são reservados em raízes que servem de alimento para muitos outros seres (incluindo os animais), não sendo um processo tão individual como é a digestão de humanos (não ignorando as bactérias que constituem a flora do sistema digestório!).


Os animais vão precisar se alimentar de outros seres vivos para conseguir energia, isso nós sabemos, mas como ocorre o processo lá dentro? Quando ingerimos o alimento, ele passa por diversos órgãos e etapas antes de ser absorvido para ser utilizado. Nós, vertebrados, temos uma etapa mecânica de digestão, na qual utilizamos nossos dentes para macerar o alimento. O que o alimento percorre é basicamente um tubo gigante, que consegue fazer movimentos peristálticos para encaminhar este para a direção correta. No estômago é onde ocorre a maior parte da digestão química, através de enzimas e do suco gástrico, que é basicamente ácido clorídrico. Vocês já pararam para pensar em como nós conseguimos manter um ácido tão potente assim dentro de um órgão sem nos prejudicarmos? Esse ácido pode até causar queimaduras na nossa pele e necrosar tecidos do nosso trato respiratório, mas o estômago é especializado para lidar com ele, para isso, a parede estomacal possui células que produzem um muco que evita lesões e seus esfíncteres impedem que o ácido vá para lugares indesejados. Além disso, o estômago sofre contrações para que o alimento se misture bem ao líquido que está lá para fazer a quebra deste, permitindo apenas a passagem de substâncias pequenininhas para o intestino delgado. No intestino delgado ainda há digestão, através de secreções digestivas, e é onde se inicia a absorção de nutrientes. No intestino grosso, o bolo fecal já está formado e não há mais digestão nenhuma, apenas absorção.


As moléculas necessárias para manter nosso metabolismo precisam percorrer esse caminho enorme para chegarem na nossa corrente sanguínea para serem transportadas e utilizadas, olha que trabalhão. Após serem absorvidas, algumas moléculas são transportadas livremente no plasma sanguíneo e outras precisam ser transportadas por proteínas. A glicose, fonte de energia preferida do nosso corpo, fica solta no sangue até que o nosso corpo detecte que ela está em excesso lá. Quando isso ocorre, o pâncreas libera a insulina para que a glicose seja encaminhada para as células, para ser utilizada, ou para ser armazenada no fígado. Cada célula, com exceção das hemácias, tem seu metabolismo próprio e, portanto, consegue quebrar o carboidrato em questão gerando ATP para realizar suas funções, passando por vias como a glicólise, pelo ciclo de Krebs e pela cadeia respiratória.


Com isso, podemos ver que o caminho percorrido pelas plantas para obter alimento é mais complexo, visto que exige diversas reações em seu interior até que ela consiga produzi-lo sozinha, e que o caminho percorrido pelos animais também parece complexo, já que envolve vários órgãos especializados até que as moléculas consigam ser absorvidas, além dos processos bioquímicos intracelulares. Ambos são fascinantes, não são?! Por hoje é isso, biologuínhos. Esperamos que tenham gostado! Até a próxima :)

Isabella Aparecida Fonseca Bertoleti Estudante de Ciências Biológicas (Licenciatura) Colunista de Botânica (ZOOLOGIA X BOTÂNICA)

Barbara Mariah Chagas Teberga Estudante de Ciências Biológicas (Licenciatura) Colunista de Zoologia (ZOOLOGIA X BOTÂNICA)


Referências:

Taiz, L.; Zeiger, E. Fisiologia vegetal. 5. ed., Artmed, 2013. 918 p.

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