Atualizado: 14 de jul. de 2020
Oi, biologuínhos! Tudo bem com vocês? No último post da coluna Zoologia x Botânica falamos sobre adaptações reprodutivas e também um pouco sobre comportamento reprodutivo. Hoje seguiremos na mesma linha, focando na seleção sexual e nos comportamentos de reprodutivos.
Para começarmos, precisamos relembrar de um conceito importante, o dimorfismo sexual. Para quem não sabe, dimorfismo sexual são as diferenças externas (na aparência) entre machos e fêmeas de uma espécie. Essas diferenças podem ser no tamanho, nas cores e até em “acessórios”, como as galhadas dos cervídeos machos e as jubas dos leões. Existem características sexuais cujas funções estão diretamente relacionadas à reprodução, chamadas de caracteres sexuais primários, e características que estão relacionadas à seleção sexual, ao comportamento de cortejo, que são chamadas de caracteres sexuais secundários (como as jubas).
Mas o que é seleção sexual? Darwin criou esse conceito e o explicou em sua obra “A Descendência do Homem e Seleção em Relação ao Sexo” de 1871, lá ele diz que há uma competição entre os parceiros sexuais, geralmente entre os machos pelas fêmeas, gerando uma variação não aleatória no sucesso reprodutivo, ou seja, se referindo à escolha de características morfológicas e comportamentais em parceiros sexuais. Existem dois tipos de seleção sexual, a intrasexual, na qual há uma competição direta, uma “briga”, geralmente entre os machos pelas fêmeas, portanto, nesse caso serão selecionados caracteres como a própria força do indivíduo, chifres e galhadas. O outro tipo é a seleção intersexual, na qual os machos se tornam mais atrativos para as fêmeas, podendo ser comportamental também, como quando há “danças” como cortejo. Esse segundo tipo de seleção sexual, a intersexual, é comum nas aves, cujos machos costumam possuir cores mais vívidas, acessórios exuberantes, como a cauda do pavão. Essas características, quando selecionadas pelo parceiro sexual, poderão ser passadas adiante geneticamente.
Já vimos o que é o dimorfismo sexual e a seleção sexual e como esses conceitos estão ligados, então agora podemos partir para os exemplos de comportamento reprodutivo! Alguns dos que mais acho interessantes são as “danças”. Escorpiões possuem um ritual de acasalamento super fofo, no qual o macho segura a fêmea pelos pedipalpos (apêndices cuja extremidade se assemelha a uma pinça) e eles saem andando de “pedipalpos dados”, parecendo que estão dançando a uma musica lenta, romântica, isso ao procurarem um local adequado para a reprodução. Quando encontram um local, o macho libera seu espermatóforo (estrutura na qual estão contidos seus espermatozoides) no chão e encaminha a fêmea para cima desta, para finalizar a reprodução. Esse vídeo abaixo é de uma pesquisa feita por cientistas da USP e mostra com detalhes como se dá a reprodução deles:
Existem algumas espécies de aranhas, dentro da família Salticidae (aranhas saltadoras), conhecidas como aranhas pavão, o nome delas é esse devido ao abdome colorido presente no macho, que ele usa para exibir à fêmea, juntamente com uma dancinha incrível, tudo isso para conquista-la, visto que, caso ela não goste, ele pode acabar morto (rs). Esse vídeo do YouTube abaixo explica certinho de uma maneira beeeem divertida o comportamento dessas aranhas fofíssimas, ele está em inglês, mas tem como colocar as legendas automáticas em português para quem quiser!
Esses dois exemplos acima foram de seleção intersexual. Como exemplo seleção intrasexual, temos os cervídeos que usam seus chifres (galhadas) como “armas” em suas batalhas pelas fêmeas de sua espécie durante o período reprodutivo. O chifre desses animais se desenvolve especialmente para esse período e após ele, ocorre morte celular em sua base, tornando-o fácil de ser quebrado ou de cair.
Por hoje é isso, biologuínhos! Esperamos que vocês tenham gostado dos posts desse mês. Se cuidem e fiquem em casa! Até a próxima!!
Barbara Mariah Chagas Teberga Estudante de Ciências Biológicas (Licenciatura) Colunista de Zoologia (ZOOLOGIA X BOTÂNICA)
Referências:
RUPPERT, Edward; BARNES, Robert: Zoologia dos Invertebrados. 6. ed. São Paulo: Roca, 1996.