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Biologia Marinha: Hidrodinâmica

Atualizado: 14 de jul. de 2020

O vento, originado a partir da variação térmica, é responsável por movimentar a superfície da água, formando ondas e correntes. O vento mais quente, originado próximo à linha do equador, é menos denso e tende a subir, enquanto o vento frio tende a descer por ser mais denso, gerando as células de Hadley. Esse processo ocorre no sentido horário no hemisfério norte e no anti-horário no sul.

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Células de Hadley

As correntes marinhas, como dito anteriormente, são originadas pelo atrito do vento com a superfície da água. No hemisfério sul, o sentido das correntes é de leste para oeste, enquanto que no norte ocorre o oposto (do oeste para leste). As correntes realizam transferência/transporte de calor, influência na produtividade primária (transporta produtores e nutrientes) e é essencial para a migração. O conjunto das principais correntes é chamado de “giro” ou “giral”.


As ondas são originadas por ventos e movimentos sísmicos, em que ocorre a perturbação de plano em repouso gerando um plano enrugado. Promovem o transporte de nutrientes e dispersão.

O vento, ao atingir as águas superficiais, transfere energia para estas, provocando o surgimento de um vetor para cima e um para frente e a gravidade faz com que a água caia e retorne, com o surgimento de um vetor para baixo e para trás. Gerando assim a órbita

Correntes ou canais de retorno são configuradas pelo refluxo de água, o qual chega a praia pelas ondas, e equivalem ao tamanho, largura, intensidade e profundidade da praia. Quando as ondas arrebentam, elas levam água para cima do nível médio do mar, fazendo com que a energia da água seja espalhada e ultrapasse aquele nível médio, em que é levado de volta pela gravidade em forma de corrente.

A zona de arrebentação ocorre no momento em que as ondas se aproximam do litoral, a profundidade tende a diminuir, desse modo às orbitas mais profundas vão arrebentando por não haver mais espaço pra girar.


As marés são alterações periódicas do nível do mar que contam com a atração gravitacional (sol e lua). São divididas em 3 ciclos: mensal, anual e diário.


CICLO MENSAL Sofrendo maior influência da lua, o ciclo mensal ocorre da seguinte forma:

O sol e a lua se encontram alinhados (lua nova), ou seja, ocorre a somatória de forças de ação e de reação entre eles. Nesse momento, a maré é chamada de “viva ou sizígia” (grandes amplitudes).

Após 7 dias, a lua se desloca em 90º (lua crescente) e não há mais somatória de forças com o sol. Assim sendo, a maré é chamada de “morta ou de quadratura” por possuir menor amplitude.

Passado 7 dias, a Terra se encontra entre a lua e o sol (lua cheia). Nesse momento, a força de atração exercida pelo sol soma-se com a força de reação gerada pela força de atração da lua e o oposto também ocorre (força de atração da lua + força de reação em resposta à atração do sol).

Por fim, após 7 dias a lua deixa, novamente, de somar suas forças com o sol (lua minguante), formando a maré morta/ de quadratura (menores amplitudes).

CICLO DIÁRIO O ciclo diário ocorre de acordo com a rotação da Terra e da Lua em volta deste. Diariamente há um intervalo entre picos de maré alta e maré baixa de cerca de 6 horas, totalizando em quatro picos, sendo dois de maré alta e dois de maré baixa. Nas regiões polares, isso ocorre de maneira diferente, pois a força de atração gravitacional da lua possui menos efeito, portanto os intervalos entre os picos ocorrem mais espaçadamente, demorando cerca de 12 horas. Existem 3 tipos de ciclo diário, sendo eles: Semidiurna: picos de maré alta e baixa são aproximadamente da mesma altura; Semidiurna mista: uma mais baixa/alta que o outro pico, ventos influenciam, períodos de ressaca; Diurna: mais limitado, 1 pico alto e 1 baixo (demora 12h);


CICLO ANUAL O ciclo anual ocorre de acordo com os Solstícios e Equinócios (estações- figura 5), que nos dizem a distância que a Terra se encontra do Sol, indicando, portanto, a influência da força de atração gravitacional deste. Quando a Terra está mais próxima do Sol, nos equinócios, as marés possuem maior amplitude. Já quando esta se encontra mais distante do Sol, nos solstícios, as marés possuem menor amplitude.

Equinócio e solstício

Região costeira – praias Praia: todo local de transição (marinho -> terrestre), ou seja, é um ecótono. É determinada desde a zona de arrebentação até o espraiamento (borda de arrebentação). Costa: terra firme em contato com o mar e modificada por ele, oscilação das marés (limitações para organismos), características geomorfológicas (erosão/sedimentação/deposição). Linha de litoral: ponto exato da água encontrando com a terra. Faixa de costa: limite entre a vegetação e a praia Planície litorânea: não há efetiva ação marinha

PRAIA ARENOSA: camada/faixa de areia

-Dinâmica de sedimentação costeira: •Erosão das rochas (continental/drenagem terrestre); •Lixiviação/lavagem (rio para o mar); •Modificações físicas (atrito entre fragmentos no mar, desgaste); •Transporte; •Depósito e retirada do material que recobre a praia (dinâmica de densidade e quantidade proporcionais a quantidade de energia contida na praia: quanto maior a onda, mais energia ela carrega e maior a distribuição de sedimentos); •Sedimentos de origem orgânica, fragmentos de conchas e outros componentes biogênicos; •Transposição de rio diminui o fluxo e os sedimentos. Ocorre erosão na praia; •Quando os sedimentos são grandes, há a necessidade de uma maior energia para carregá-los;

Praias com areia branca (=fragmentos de conchas e corais) Praias com areia preta (=lava vulcânica) Praias com areia vermelha (=fragmentos de corais) Praias com areia amarela/cinza (=sílica)


-Estado morfodinâmico: •Altura média das ondas •Inclinação da praia •Granulometria

REFLETIVO: ondas grandes, granulometria alta, muita energia, maior inclinação, espraiamento dura pouco;

DISSIPATIVO: ondas pequenas, granulometria baixa, pouca energia, menor inclinação, espraiamento dura mais;


PRAIA ROCHOSA: alta e ingrime, não permitindo o acúmulo de areia, resultado do soerguimento de placas tectônicas (maioria) ou vulcanismo;

Entalhe marinho -> Escultura -> Caverna -> Desmoronamento

O grande bloco (entalhe marinho) pode ser uma rocha recente, ou ser muito dura, ou a água da região conter pouca energia. É um único habitat e apresenta baixa riqueza biológica. Após o desmoronamento (que pode ser causada graças a idade avançada da rocha, por ser mais “mole” ou pela água da região conter muita energia) temo diversos habitats, o que confere uma maior riqueza biológica para a região. Maioria dos animais que vivem em praias rochosas são epifauna e sésseis, a água promove o transporte de larvas e nutrientes pela onda. Quando há maré baixa, os animais estão expostos à dessecação e evapotranspiração, e na maré alta o risco é determinado pelos predadores.

Zonação: Quanto mais para cima, maior a tolerância, menor a riqueza, maior a abundância (menos adaptados), menor eficiência competitiva e maior impacto químico e físico da maré. Quanto mais para baixo, menor a tolerância, maior a riqueza, menor a abundância, maior eficiência competitiva e maior impacto biológico da maré.


POST COLABORATIVO, AUTORAS: -Ana Julia Ferreira Guimarães (Estudante de Ciências Biológicas) -Barbara Mariah Chagas Teberga (Estudante de Ciências Biológicas) -Beatriz Santos de Almeida (Estudante de Ciências Biológicas) -Isabella Aparecida Fonseca Bertoleti (Estudante de Ciências Biológicas)

Referências:

LEVINTON, Jeffrey S.. Marine Biology: Function, Biodiversity, Ecology. New York: Oxford University Press, 1995.

Aulas do Professor Valter José Cobo- Universidade de Taubaté

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